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VIDAS

A VIDA É FEITA DE ESCOLHAS. A VIDA ETERNA, DE RENÚNCIAS!

terça-feira, 22 de novembro de 2022

AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

Prof. Adaylton de Almeida Conceição


INTRODUÇÃO.
Entre todas as profecias, da Bíblia, 
as Setenta Semanas de Daniel merecem destaque especial.
No capitulo nove de Daniel está uma das mais importantes Profecias que devemos estudar na Escatologia, e diz a respeito das SETENTA SEMANAS DE DANIEL. Para se fazer um estudo completo do Apocalipse, Grande Tribulação, ou qualquer outro assunto que fale sobre o tempo do fim (Daniel 8.17) é necessário primeiro estudar as setenta semanas de Daniel, pois esta é uma profecia indispensável à Escatologia.
Daniel tem estreita ligação com Apocalipse. Daniel encerra e sela a profecia, enquanto que Apocalipse abre. Daniel é o Apocalipse do V.T., e Apocalipse, o Daniel do N.T.
O Senhor, através da revelação dada ao profeta Daniel, nos mostra com detalhes eventos que fizeram parte da história da humanidade e outros que ainda ocorrerão.
Dentro desse conjunto de preciosas revelações divinas, as setenta semanas de Daniel têm sido objeto de estudo e servido como um verdadeiro mapa, o qual nos revela que caminhos estão reservados para nós no futuro, dentro do plano perfeito de Deus.
Entre os teólogos não há consenso quanto alguns aspectos, no que concerne à interpretação das setenta semanas de Daniel.
Por exemplo, um grupo segue a interpretação contínua, segundo a qual a septuagésima semana segue a sexagésima-nona, sem nenhum intervalo. Outros, defende a teoria do intervalo, ou seja, 69 semanas já se cumpriram, mas falta o cumprimento da septuagésima semana. Estamos acordes com a interpretação que admite um intervalo entre a semana 69 e a 70.

TEXTO

Daniel 9.24–27:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua 
santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e profecia, e ungir o Santo dos Santos. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas: as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações. E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre as asas das abominações virá o assolador, e isso até a consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.”

O CONTEXTO
– A cidade de Jerusalém estava praticamente destruída. Seu povo, inclusive o profeta 
Daniel, foram levados cativos para a Babilônia, sob as ordens de Nabucodonosor, a quem deveria 
servir por 70 anos (2 Crônicas 36.17-21; Jeremias 25.11). 
Daniel inquieta-se porque os 70 anos de cativeiro são findos e ele não recebe de Deus qualquer palavra sobre a restauração da Cidade Santa e, também, nada sobre a restauração espiritual do povo. Então Daniel intercede pelo seu povo e Deus responde, através do anjo Gabriel.

Calendário bíblico ou profético: mês = 30 dias - ano = 360 dias

O ano bíblico ou profético tem uma duração de 360 dias, pois em Gênesis 7.11 e 8.4 temos “cinco meses(tempo do dilúvio), e em Gênesis 7.24 e 8.3 a sua quantidade em dias = 150 dias, logo cada mês tem 30 dias. Portanto o ano bíblico ou profético tem 12 X 30 = 360
dias. Em Apocalipse 12.6 e 13.5 a expressão 1260 dias equivale exatamente 42 meses (42 x 30 =1260) ou seja 3 anos e meio.

PARA QUEM ESTÃO DETERMINADAS AS SETENTA SEMANAS?

Em Daniel 9.24 diz: “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo (ISRAEL), e sobre a tua santa cidade”. Esta parte das escrituras afirma que este período de tempo irá se cumprir sobre o povo Judeu (o teu povo) e sobre a cidade de Jerusalém (a tua santa cidade). Portanto esta profecia é destinada toda ela para Israel, sendo assim lembramos o leitor "NÃO SE DEVE CONFUNDIR ISRAEL COM IGREJA" .

RAZÕES PORQUE PENSAR EM “SETENTA SETES DE ANOS”:

A palavra Hebraica "SHABUA" (שָׁבוּעַ) empregada no texto de Daniel 9 significa “dias de anos” - Daniel só empregou SHABUA, quando se referia à bem conhecida semana de anos, uso costumeiro, que todo Judeu entenderia.
No calendário Sagrado (Divino) inspirado, os Judeus tinham "um sete de anos", como um "sete de dias" e esta "semana de anos" era tão familiar como semana de dias para os judeus.
"Em certos casos era mais importante ainda; seis anos os judeus estariam livres para arar e plantar, mas o 7º seria um sábado solene de repouso para a terra (Lv 25.3, 4). Sete sábados de anos era o grande ano jubileu comemorado de 50 em 50 anos (Lv 25.8, 9). Nada poderia ser mais importante para os judeus do que esta "semana de anos".
Daniel pensava não somente em anos em vez de dias, mas um definido múltiplo de 7 (Dn. 9.1, 2).
Pelo argumento da razão podemos dizer que: 
- Todo contexto da profecia exige que os "setenta setes" sejam de anos, porque, se fosse 70
setes de dias (490 dias) daria pouco mais de um ano e, considerado todos os eventos desta profecia, toma-se improvável e sem apoio esta interpretação.
- Por toda a regra de bom senso e lealdade em interpretação os "Setenta setes" devem ser interpretados como "de anos" e não como "de dias".

AS SETENTA SEMANAS SE DIVIDEM EM 3 PARTES:

A INTERPRETAÇÃO

PRIMEIRA PARTE: Daniel 9.25 - Sete Semanas ou 49 anos

De acordo com Daniel 9.25, Jerusalém seria edificada e restaurada da destruição que o império Babilônico causou a santa cidade (Daniel 1.1, II Reis 24.1), esta ordem foi dada pelo Rei Artaxerxes a Neemias aproximadamente no ano 445 a.C., e nesta mesma data iniciou-se a contagem da primeira divisão, e terminou aproximadamente no ano 397 a.C., o que é relativo a 49 anos (7 semanas de anos), onde no final deste período a santa cidade estava totalmente reconstruída .Daniel 9.25. Esta palavra se cumpriu literalmente no período previsto.

SEGUNDA PARTE: O segundo período corresponde à 62 semanas ou 434 anos que iniciaram depois deste período (49 anos) e iriam passar até a vinda do MESSIAS, quando Ele entraria em Jerusalém, Mi. 21.1-11. Depois desse tempo o messias seria tirado (morto).

Dn. 9.26 - "... depois das 62 semanas será tirado ou morto o Ungido e mais não estará, e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até o fim haverá guerra; estão determinados assolações."

Até aqui constam-se dois períodos da visão de Daniel correspondentes à 69 semanas ou 483 anos. Resta ainda uma semana ou 7 anos de castigo sobre o povo Judeu, E QUE ESTÁ INTERROMPIDO PELA IGREJA.
Entre a 69ª semana e a 70ª há um período de tempo chamado de "intervalo", de "parêntesis", quando o cumprimento das SETENTA SEMANAS é interrompido. Neste intervalo antes do cumprimento última semana, algumas coisas acontecerão, estes fatos estão registrados no v. 26. São eles:

lº) A morte do Ungido; 
2º) a destruirão da cidade; 
3º) e do santuário pelo povo do príncipe que havia de vir, que aconteceu no ano 70 d.C., quando o general Tito, destruiu totalmente a cidade de Jerusalém, e quando os judeus foram dispersos por todo o mundo; 
4º) A guerra que iria até o fim; 
5º) As desolações que estavam determinadas.

Cristo morreu uma semana depois que se cumpriram 69 semanas. A cidade e o santuário foram totalmente destruídos. Os judeus nunca tiveram sossego. A terra da Palestina ficou desolada, abandonada, foi transformada num deserto, até 1943, quando começou a reviver, Esse reviver da terra prometida, com Israel transformado-se em nação livre, indica que o tempo do fim indicado no v. 26, chegou. Estamos começando a entrar na era do tempo do fim.

TERCEIRA PARTE: O último período da profecia, a tão conhecida SEPTUAGÉSIMA

SEMANA DE DANIEL, ou ainda, 7 anos que restam, os quais só se cumprirão com o aparecimento do anticristo no período da Grande Tribulação, após o Arrebatamento da Igreja tendo assim o cumprimento total da visão profética que o Senhor deu ao seu servo Daniel para o povo judeu (Dn. 9.27; Ap. 11.7; 13.5).

A ESCATOLOGIA DESTA DIVISÃO: Esta terceira divisão, a última das setenta semanas de Daniel é ainda futura, ainda não se cumpriu, devido o povo Judeu não estar na cidade santa (Daniel 9.24), e como já foi escrito, esta profecia irá se cumprir sobre o povo Judeu, e este povo precisa estar na cidade santa, e como mostramos na segunda divisão, os Romanos invadiram Jerusalém aproximadamente no ano 70 d.C, e expulsaram os Judeus da santa cidade, e os mesmos foram dispersos para muitas nações (Ezeq. 36.19-20, S. Lucas 21.24), e nesta data esta profecia teve de ser interrompida na sua 69 ordem; pois o povo Israelita não se encontrava na cidade de Jerusalém, e para que esta profecia se cumpra é necessário que o povo do Profeta Daniel (Judeus) estejam em Jerusalém. Esta última semana não pode ter se cumprido em hipótese alguma, pois nesta última semana (7 anos) os Judeus iriam fazer um acordo com o assolador (anticristo) e este assolador seria destruído, porém isto ainda não aconteceu, Israel ainda não fez este acordo com o inferno (Isaías 28.15-18), e muito menos o anticristo foi destruído, sendo assim posso afirmar que esta última semana de Daniel ainda não se cumpriu. Esta profecia permanece interrompida.
Este período terminará com a volta do Messias, com poder e glória, para Seu reinado milenar (Ap 20.1-6). Esta semana, ou sete anos, será dividida em dois períodos distintos de três anos e meio, ou 1.260 dias, ou 42 meses. Já vimos que o anticristo fará uma aliança com Israel por todo o período de sete anos, mas na metade desse tempo quebrará o acordo e fará cessar a adoração a Deus (Daniel 9.27; Ap 11.2; 12.6; 12.14; 13.5).

O FIM DO TEMPO DOS GENTIOS. Esta última semana só irá iniciar quando acabar o Tempo dos Gentios (Lucas 21.24), este período de que falou o Senhor Jesus Cristo, é o tempo em que Deus separou para salvar os Gentios, e convertê-los a Cristo sem pecado algum, mediante a morte do Senhor na Cruz. É o período em que a Graça de Deus é oferecida aos pecadores, e se esta última semana não fosse interrompida, com certeza as setenta semanas de Daniel já estariam totalmente cumpridas, e desta forma não haveria salvação para ninguém, e este é o maior motivo pelo qual esta profecia foi interrompida. Cristo Jesus quer Salvar a todo aquele que nele Crer, antes do verdadeiro desastre que esta última semana trará ao mundo, antes que o anticristo venha assombrar a todo. Isto mostra o amor de Deus em seu ponto máximo. E antes que esta última semana tenha seu início, o tempo dos Gentios irá se cumprir com o arrebatamento da igreja, com a salvação plena daqueles que aceitaram a Cristo, com um dos maiores propósitos de Deus sendo alcançado.

A GRANDE TRIBULAÇÃO

Há muitos estudos sobre o tema da Grande Tribulação, e lamentavelmente, muitas vezes, em vez de esclarecer, confunde mais as pessoas. Lendo alguns escritos sobre o tema, vemos que muitos não fazem distinção entre “as tribulações e sofrimentos geral do povo de Deus”, e o período específico da Grande Tribulação como está escrito no Antigo e no Novo Testamento.
O conceito de “tribulação” supõe um tempo de pressões, aflições, angustias de coração e perturbações em geral. Em consequência, uma situação de tribulação é uma experiência comum da raça humana que resulta do seu pecado e rebelião contra Deus e do conflito entre Deus e Satanás no mundo.
Durante a Grande Tribulação, veremos que o povo judeu (Israel) terá um papel preponderante, conforme já vimos, é o cumprimento da 70ª semana de Daniel. Também veremos que a besta fará um pacto com os judeus, ainda que as Escrituras não especifiquem muito bem as condições desse pacto, mas nos deixam ver que é algo como “promessa de proteção”. Esse pacto será interrompido depois de três anos e meio (Daniel 9.27), e ela (a besta - o anticristo) começará a perseguí-los. Tal fato dará inicio a Segunda parte do período dos sete anos da Grande tribulação. 
A Grande Tribulação tem como principal objetivo o povo judeu, porém o resto do mundo também sofrerá (Jeremias 25.29-32). Deus entrará em juízo com seu antigo povo para prová-lo. Lendo Ezequiel 20.33-38, vemos que Deus diz em duas oportunidades, que entrará em juízo com os judeus.
Em Deuteronômio 4.29,30, Israel é advertida a fim de que se voltasse ao Senhor, quando se encontrasse no período de tribulação dos últimos dias. Este tempo específico é objeto de atenção especial pelo profeta Jeremias. Em Jeremias 30.1-10, prediz que o tempo de tribulação será precedido pelo regresso parcial dos filhos de Israel a sua terra: “ Pois eis que vem os dias, diz o Senhor, em que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel e Judá, diz o Senhor. Tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão” (v. 3).
Logo depois, nos versículos 4 – 7, vemos a descrição do período de tribulação que virá sobre eles depois de regressarem à terra prometida.
A Grande tribulação abarca um período de sete anos, dividido em duas fases de três anos e meio. A descrição mais detalhada da Grande Tribulação se encontra em Apocalipses capítulos 6 ao 18.
A Grande Tribulação, também conhecida como “os quarenta e dois meses” (Apoc. 11.2; 12.6; Dan. 7.25), será o tempo da justiça divina (Apoc. 15.6). As forças da natureza que operam nos céus entrarão em convulsão (Mat. 24.29.Ageu 2.6). Através da Bíblia vemos que muitas vezes os céus são mencionados como palco de tremendos acontecimentos.

A MANIFESTAÇÃO DO MESSIAS

A volta de Jesus é certa, não depende das pessoas acreditarem ou não. Ele disse que iria voltar. Jesus voltará!
Em contraste como arrebatamento, onde não existe evidência de que o mundo verá a glória de Cristo, a Segunda vinda de Cristo será visível e gloriosa. Cristo mesmo descreveu sua vinda como um relâmpago que resplandece desde o oriente até o ocidente (Mateus 24.27). Assim como a ascensão em Atos 1.11 é visível, sua Segunda vinda será visível, e Cristo virá como haveis visto ir ao céu” (Atos 1.11).
A Segunda vinda de Cristo, também é para julgar a terra (Sal. 96.13). Este tema do Juízo das Nações é muito importante realçar que o mesmo acontecerá mil anos antes do Juízo Final, visto que, entre um e o outro há um espaço de mil anos.
Sabemos que nesse momento, a população da terra estará muito reduzida (Mateus 24.21,22; Daniel 8.24). Vimos que durante a Grande Tribulação houve grandes cataclismos que provocaram muitas mortes.
Nesta manifestação do Messias, o Anticristo e o Falso Profeta, serão agarrados e lançados no lago de fogo e enxofre (Apoc. 19.19-20) enquanto que o resto de sua tropa será exterminada pelo Messias (Apoc. 19.21).

Saiba que o Altíssimo está no controle de tudo e de todos. Mesmo nos momentos mais difíceis.

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Prof. Pr. Adaylton de Almeida Conceição (R.I.P.)
(Th.B.Th.M.Th.D.)

www.adayltonalm.spaceblog.com.br

= O Prof. Adaylton de Almeida Conceição, foi Ministro do Evangelho, tendo exercido seu ministério no Amazonas e por mais de vinte anos trabalhou como Missionário na Argentina e Uruguai. Escritor, Bacharel, Mestre e Doutor em Teologia, Pós graduado em Ciências Políticas, Psicanalista e Jornalista Profissional. Foi o Diretor da Faculdade Teológica Manancial.

Nota do autor do blog: Foi meu um dos meus professores e responsável por minha graduação em Teologia.

BIBLIOGRAFIA
Adaylton de Almeida Conceição - Introdução à Escatologia (Ed. Manancial)
As setenta semanas de Daniel-http://www.jdso7.com.br/index.php?pagina=1313196836
Israel S. Reis - Cálculo das Setenta Semanas de Daniel...

Jesiel Rodrigues - Setenta semanas de Daniel
Nelson Salviano da Silva -AS SETENTASEMANAS DE DANIEL
Rodrigo M. de Oliveira - As 70 semanas de Daniel

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Melhor é a mágoa do que o riso

Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. (Ec 7.3)

Quando a tristeza vem sob o poder da graça divina, ela tem um múltiplo ministério em nossa vida. A tristeza revela profundezas de nossa alma que não conhecíamos, bem como capacidades de experiência e serviço que ignorávamos. Pessoas fúteis, levianas, são sempre superficiais, e nunca têm a mais leve ideia das coisas mesquinhas que há em sua natureza. O sofrimento é o arado de Deus, que revolve as profundezas da alma para que ela possa produzir mais abundante colheita. Se não tivéssemos caído, em Adão, então a força normal para dilatar as capacidades da nossa alma seria a alegria divina. Mas num mundo decaído, o sofrimento (desprovido, porém, do desespero) é o instrumento escolhido por Deus para nos revelar aos nossos próprios olhos. Assim, é a dor que nos faz pensar profunda, longa e sobriamente.
O sofrimento nos faz andar mais devagar e com mais consideração pelos outros, e leva-nos a pesar os nossos motivos e atitudes. O sofrimento é que abre os nossos olhos para as potencialidades da vida espiritual que Deus pôs em nós. É o sofrimento que nos faz dispostos a usar toda a nossa capacidade em servir a Deus e ao próximo.
Imaginemos um grupo de pessoas indolentes, vivendo ao pé de uma cadeia de montanhas, sem nunca se aventurarem a explorar os seus vales e reentrâncias; um belo dia, uma tempestade violenta bate contra aqueles montes e rasga as suas gargantas, pondo à mostra os recessos ocultos dos vales. Então os habitantes do sopé dos montes se maravilham ante os segredos inexplorados de uma região tão próxima e contudo tão desconhecida.
Assim acontece com muitas almas que vivem indolentemente na periferia de sua própria natureza, Até que grandes tempestades de sofrimento vêm revelar profundezas escondidas, de seu ser, que até então nem supunham existir. Ninguém é grandemente usado por Deus, sem antes ser quebrado. José sofreu mais que qualquer outro filho de Jacó. E isto o levou à tarefa de dar suprimento para todas as nações. Por esta razão o Espírito Santo disse a respeito dele: "José é um ramo frutífero... junto à fonte; seus galhos se estendem sobre o muro" (Gn 49:22). É o sofrimento que faz dilatar a alma. — The Heavenly Life

Eu vi o arado sulcando a terra,
E meditei:
A minha vida é como um campo
Sob o olhar do Senhor;
— Onde irá crescer
O precioso grão?
Onde, a fé?
Onde, o amor?
A compreensão?
— No sulco aberto pela dor.

Cada pessoa e cada nação tem que aprender na escola da adversidade, na escola de Deus. "Podemos dizer: 'Bendita é a noite, pois nos faz ver as estrelas'. Do mesmo modo podemos dizer: 'Bendito é o sofrimento, pois nos faz ver as consolações de Deus'.
As enchentes levaram-lhe a casa e o moinho, tudo o que o pobre homem possuía na vida. Mas enquanto contemplava a cena de sua miséria depois de baixadas as águas, com o coração partido e desanimado, ele viu alguma coisa brilhando nos barrancos desnudados pelas águas. 'Parece ouro', disse. E era ouro. A enchente que o havia deixado pobre o fazia rico. Assim acontece muitas vezes na vida." — H. C. Trumbull

domingo, 10 de abril de 2022

MANOEL LUIZ CASSAL DA SILVA - 15/02/1953 - 10/04/2022 TCHÊ

 
Faleceu hoje o irmão que a vida me deu. Manoel, Maneco, o Tchê.

Desde quando eu tinha 17 anos, quando nos conhecemos, a amizade veio seguindo, sem nenhuma briga, nem desavença, nem mal entendido. Sempre sorrimos muito um com o outro, um do outro e da vida em si. Muitos anos estudando teatro juntos, muitos e muitos dias de praia, de conversas intermináveis varando a noite, projetos de vida compartilhados, um torcendo sempre pelo projeto do outro. Mesmo quando ele foi para a Bahia, ou quando foi para São Paulo, mantínhamos o contato via correios.
Bom, sincero, desinteressado, franco, honesto, amigo, irmão. Nunca me disse uma coisa pensando outra. Nunca me fez nenhum mal, só bençãos. Sempre nos sentimos à vontade, um com o outro. Nunca nos incomodávamos com nada. Sempre haviam modos ou jeitos de conviver em paz e em gratidão pelo simples fato de sermos amigos, mais que isso, irmãos.
Nesses últimos tempos de sua doença severa, tive a oportunidade de passar algumas tardes com ele. A conversa: a Palavra de Deus e o que ela nos dá. O Tchê aceitou ouvir, mais do que nunca. Me parava em meio às longas histórias. Queria saber mais, saber melhor, entender detalhes. Creu porque entendeu. E, por fim, aceitou Jesus Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador.
Meu amigo foi para onde eu vou. Até lá sentirei muitas saudades. Mas estou em paz.
Tchê é meu amado irmão, em Cristo.
Deixa a esposa Dedé e o filho Onã.
Até lá Tchê!





 


segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

DEVOCIONAL - 31 DE DEZEMBRO DE 2018

"Ebenézer" - Até aqui nos ajudou o Senhor. (1 Sm 7.12)

A expressão: "Até aqui" parece-nos um marco referente ao passado. Cinquenta, setenta anos se passaram, e "até aqui nos ajudou o Senhor!" Por meio de pobreza e riqueza, doença e saúde, em casa ou fora, em terra ou mar, em honra ou desonra, em oração ou tentação — "até aqui nos ajudou o Senhor"!

É agradável olhar para trás contemplando uma longa alameda de árvores. É bonito vê-las erguendo-se como colunas de um templo, fechando a abóbada com seu arco de ramos. Da mesma forma, contemple as alamedas de seus anos passados e veja-os cobertos pelos ramos verdes da misericórdia de Deus, e os troncos, como os fortes pilares da Sua fidelidade e amor que sustentam as suas alegrias.
Não há aves cantando nas ramagens? Certo que haverá muitas, e todas elas cantam a misericórdia recebida "até aqui".
Mas esta expressão aponta também para diante. Pois quando alguém chega a um certo marco e escreve: "Até aqui", ele ainda não chegou ao fim; ainda há distâncias a percorrer. Mais provas, mais alegrias, mais tentações, mais triunfos; mais orações, mais respostas; mais labores, mais vigor, mais lutas, mais vitórias; e então vem a doença, idade, enfermidade e morte.
E agora, é o fim? Não! Há mais ainda — acordar semelhante a Jesus, tronos, harpas, cânticos, vestes brancas, a face do Salvador, a companhia dos santos, a glória de Deus, a plenitude da eternidade, a sempiterna bem-aventurança. O crente, tenha bom ânimo, e com grata confiança erija o seu "Ebenézer", pois Quem te ajudou até aqui, Te ajudará até ao fim.
Quando lido lá na plena luz do Céu, que visão gloriosa e maravilhosa não desenrolará ante os seus olhos agradecidos, o seu "até aqui".
Os pastores dos Alpes têm o bonito costume de terminar o dia cantando uns para os outros uma canção de despedida. O ar é tão cristalino, que a canção ecoa por longas distâncias. Quando a noite começa a cair, eles tomam as ovelhas e as vão conduzindo montanha abaixo, cantando: "Até aqui nos ajudou o Senhor. Louvemos o Seu nome!"
Finalmente, como suave cortesia, cantam um ao outro a amistosa despedida: "Boa-noite! Boa-noite!" As palavras são levadas pelo eco, e de lado a lado vão repercutindo mansa e docemente, até morrer a música à distância.

Assim também, falemos um com o outro dentro da noite, até que as sombras fiquem cheias de muitas vozes, encorajando a hoste de peregrinos. Que os ecos se ajuntem, até que uma verdadeira massa sonora de "aleluias" chegue em ondas até ao trono de Safira. E quando romper a manhã, nos encontraremos ante o mar de vidro, cantando com a hoste dos remidos: "Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos"!
"E outra vez disseram: Aleluia." (Ap 19.3)
Será meu canto eterno ali: "Jesus guiou-me até aqui."


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

DEVOCIONAL - 21 DE DEZEMBRO DE 2018

A terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao Senhor. (Dt 1.36)

Todo dever difícil que estiver no seu caminho, e que você preferiria não cumprir porque lhe custará penoso esforço e luta, encerra uma bênção. Custe o que custar, você deve cumpri-lo, ou perderá a bênção nele contida.
Todo trecho difícil do caminho, em que você vê as pegadas de sangue do Mestre e pelo qual Ele lhe ordena que O siga, conduz seguramente à bênção; bênção que você não obterá se não atravessar a vereda íngreme e espinhosa.

Todo ponto de combate em que você precisar desembainhar a espada e lutar contra o inimigo, encerra uma perspectiva de vitória, que resultará em ricas bênçãos para a sua vida. Todo fardo pesado que você for chamado a erguer encerra algum estranho segredo de força. — J. R. Miller